FERRREIRO E TEBEROSKY observaram que, na tentativa de compreender o funcionamento da escrita, as crianças elaboram verdadeiras teorias explicativas que assim se desenvolvem a pré- silábica, a silábica, a silábica -alfabética e a alfabética. São as chamadas hipóteses. As conclusões deste estudo são importantes do ponto de vista da prática pedagógica, pois revelam que os pequeninos já começaram a pensar sobre a escrita antes mesmo de ingressarem na escola e que não depedem da autorizaçãpo do professor para iniciar esse processo.
No livro APRENDER A LER E A ESCREVER as educadoras ANA TEBEROSKY e TERESA COLOMER apontam que o desevolvimento do aluno se dá por reconstruções de conhecimentos anteriores, que dão lugar a novos saberes.É fundamental levar para a escola as muitas fontes de textos que nos cercam no cotidiano, como livros, revistas,jornais, gibis, etc. Variedades é realmente fundamental para os alfabetizadores, que devem ainda abordar todos os gêneros de escrita : textos informativos, listas,contos,cartas,poesia e muito mais. Atitudes como essas compõe o chamado comportamemto leitor, capaz de ser desenvolvido desde muito cedo com a ajuda dos mais experientes. A figura de pais e professores é fundamental pois eles assumem o papel de condutores de seus ouvites.
De acordo com os textos estudados em sala de aula, fui buscar algumas entrevistas`a professoras alfabetizadoras indagando as causas das dificuldades do processo de alfabetização, se existem realmente algumas causas para esse processo como: método, cultura ou estrutura social.
A professora ANA PAULA do Projeto de Alfabetização da Escola Municipal Juracy da Silveira percebe que o desinteresse pela escrita e pela leitura está muitas vezes associado às próprias deficiências da alfabetização. Ao ser carimbada pelo professor ou pelos pais a criança desenvolve uma equivocada noção de si e passa a se ver como incapaz de avançar, perdendo assim o interesse pelas atividades. Não se trata de uma questão de métodos, é que existem muitos obstáculos que impedem o pleno desenvolvimento da leitura e da escrita.
O pouco interesse pela escrita e pela leitura é o reflexo da falta de contato com o material impresso e das poucas oportunidades para ler e escrever no dia a dia
Existem as causas genéticas, emocionais e sociais, diz ela: se você prefere rotulá-lo como portador de algum distúrbio do que observar a relação de como ele se apropria das hipóteses do sistemas de escrita, é mais facíl apontar os erros do que acreditar que todos podem se desenvolver do ponto de vista cognitivo e intelectual. Diz ainda que: é possivel verificar que a maior parte dos problemas não é de origem patológica, mas uma junção de fatores internos e externos à escola que dificultam a aprendizagem e que todos os estudantes apresentam afinidades com diferentes linguagens. E ela ainda cita o psicólogo Gardner que comprova essa diversidade, quando fala das inteligências multíplas (ou seja, não há uma inteligencia a ser medida),ela diz que prefere acreditar que depende do compromisso dos professores para acabar com os entraves da alfabetização.
E quanto a outra professora entrevistada, MARCIA CAVALCANTE, professora do 1º ano da Escola Municipal Engenheiro Lafayette de Andrada acredita que os metódos não influenciam no fracasso da aquisição da leitura e da escrita, pois cada professor tem a liberdade de trabalhar com o metódo que mais acha adequado. Diz que:a cultura do nosso povo, de alguns anos para cá, tem tomado um caráter assistencialista, onde manter um aluno na escola seja mais importante pelos benefícios oferecidos a curto prazo, do que a importância que esta educação possa trazer ao longo de sua vida. Ela acha que a alfabetização é uma via de duas mãos, onde professor e escola unidos com alunos e sociedade estejam empenhados pelo mesmo ideal. E hoje, com todas as dificuldades sociais, a modernização da mulher, que deixou de acompanhar como prioridade a educação dos filhos e passou a ser responsável pela subsistência da familia. A educação passou a ser vista apenas como responsabilidade da escola, e como já citado, para que a educação atinja sucesso, principalmente na sua fase inicial, é necessario um trabalho conjunto entre ambiente escolar e o meio social em que nossos alunos estão inseridos.
Para mim aderir a uma proposta na alfabetização é assumir que não existe um método para ser seguido passo a passo, e que não é preciso começar pelo mais fácil para chegar ao mais difícil . Muitas coisas nesse processo nos deixa inseguros , às vezes pensamos que o aluno não vai aprender nunca, ficamos sem saber o que fazer, como proceder, e nos horrorizamos diante dos erros das escritas espontâneas dos alunos, pensando que eles não vão se alfabetizar direito.Diante do novo, nos esquecemos que o processo não é só da da criança, mas é nosso também e que o fato de não haver uma receita pronta para alfabetizar não significa que não tenham os objetivos claros e princípios básicos.
um ambiente alfabetizador não é um lugar cheio de coisas escritas, expostas nas paredes. É um espaço aberto às diferentes linguagens (oral, escrita, corporal, gráfica, etc). É um lugar onde as pessoas possam dialogar com diferentes tipos de textos, que tenha, portanto, muita fala, muita leitura feita por nós e pelos alunos, onde os textos escritos possam ser vistos, observados e produzidos coletivamente, individualmente ou em pequenos grupos, mas sempre inseridos em situaçoes práticas e significativas para o grupo..
Sebastiana Maurícia.